Blog do Paullo Di Castro


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Morte prematura


No futebol existem constantemente surpresas, muitas boas, para mexer com a emoção dos apaixonados pela bola, mas algumas tristes, que chegam ao extremo do fim de uma vida. Mesmo não sendo dentro de campo, ter a notícia que um atleta falece após tanto já correr em campo, derramar muito suor por um ideal, vender saúde, desafiar os limites de seu corpo, preparar-se com o que existe de mais avançado na medicina, às vezes não é o suficiente para preservar vidas que não foram programadas para suportarem sempre o ofício pesado de um profissional de futebol.
Nessa terça-feira, o garoto Paulo Ramos, de 24 anos, morreu após passar mal em uma pelada com amigos. Foi divulgado uma parada cardíaca, ele foi levado para um hospital próximo mas não resistiu, o que fora passado pra ele em 2006 se mostrou mais real do que nunca: seu coração não permitia mais o futebol. Não só o profissional, como ele parece ter achado, mas as "peladas" de amigos também eram demais para a bomba que pulsava no peito desse jovem.
Ele apareceu no futebol no Vila Nova, e junto com o bom atacante Pedro Júnior, foi vendido ao Grêmio a peso de ouro para a realidade do time. Chegou lá não teve tantas oportunidades, esteve no Juventude e retornou ao Vila, ajudou decisivamente o time a voltar pra série B do Campeonato Brasileiro. Jogava com inteligência na armação de jogadas no meio campo, e se infiltrava bem no ataque para fazer e servir gols.
Um ano e meio atrás, chegava ao fim a carreira dessa jovem promessa. O diagnóstico o afastou dos gramados prematuramente, e provou estar certo, ele saiu no momento exato, mas não parou com a boa como deveria. O zagueiro Serginho, do São Caetano, teve um triste fim abruptamente, dentro de um jogo oficial, sem explicações do departamento médico do clube. Outros, como Washington do São Paulo superaram isso, com todo acompanhamento especializado, e voltou a brilhar nos gramados, Fabrício Carvalho, veio para o Goiás e aqui se tratou até ser considerado apto para continuar, mas como disse sabiamente Hailé Pinheiro, o Goiás arrumou o coração do rapaz, mas não o pé...
Paulo Ramos era sério, frequentava atividades da Igreja Catedral da Família, casado, com grandes chances de reconstruir sua vida fora dos campos, já que não podia dentro deles. Infelizmente, não houve muito tempo pra isso, e que não tenhamos mais casos como esses, antes ver um talento impedido de exercer sua paixão, do que ver uma tragédia de quem estava no lugar errado, na hora errada.

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