Blog do Paullo Di Castro


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Salve os impressos


De pensar que o berço do jornalismo foi esse instrumento que hoje imagina-se que está no fim! O jornalismo impresso no formato tradicional da folha leve, dobrável, papel barato, com editorias bem separadas, textos longos, marcou a maioria da população mundial, especialmente no século XX. As lembranças de nossas infâncias sempre tem a figura de um jornal na mão de um adulto, que virava as páginas em total abstração pelo conteúdo. E nas mãos das crianças também, nem que for pra ver a página com tiras de quadrinhos.
Eu cresci lendo as primeiras estórias do Cabeça Oca, personagem de Christie Queiroz, do jornal O Popular (presente lá até hoje), no caderno Almanaque, que me alegrava aos domingos, e me fez ter o primeiro ofício no jornalismo: repórter-mirim, espaço pra criançada botar pra fora o interesse em pesquisa e sentir um gostinho de ser repórter, tive três reportagens publicadas, infelizmente não as tenho mais, mas fica na lembrança o meu incentivo que foi proporcionado pelo jornal impresso.
O tempo passou, e desde a pré-adolescência vi a figura da internet chegar com força total, crescendo de forma assombrosa na nossa sociedade, conectando com rapidez o que antes só era possível com morosidade, e aos poucos investindo pesado em informação, formatos noticiosos, para se alcançar de maneira inédita o que os veículos tradicionais não conseguiam, mas então, seria um meio definitivo de divulgar notícias, ou um agregador aos meios de comunicação já existentes?
Fico com a segunda opção, o impresso pode sofrer muitas adaptações, mas não irá acabar. O maior exemplo disso continua sendo a chegada da televisão, que foi anunciada como o fim próximo do rádio, que está aí até hoje, porque não perde o seu valor, apenas cede lugares para que outras formas de comunicação alcançem o público em diferentes situações e necessidades. O rádio, a TV, o jornal e a revista são veículos fortes, que alcançam as pessoas em diferentes situações, para um conforto peculiar, e nada disso pode ser substituído integralmente pela internet.
A internet é o meio mais poderoso que já surgiu, e veio para agregar diversas formas de comunicação, mas não é da natureza do ser humano se submeter a uma única maneira de se informar, independente da portabilidade, facilidade e vastidão de recursos que tiver disponível, ele não vai abandonar por completo os outros veículos, pode deixá-los ao marasmo, com pouca viabilidade comercial, mas, reafirmo, não ao ponto de serem exintos.
Uso esse blog graças ao advento da internet, com ele minhas possibilidades de comunicação são inúmeras, aqui posso adicionar links com áudio, vídeo, foto, fazer tudo que os outros veículos fazem, me preencher de todo que eu quiser conteúdos somente aqui, mas fazer isso exclusivamente na frente de um computador, seja do tamanho que for, não me parece muito atrativo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário