Blog do Paullo Di Castro


sábado, 29 de agosto de 2009

O Oásis que virou deserto


Foi uma das primeiras bandas de rock que eu gostei, era o ano de 1995, e juntamente com a apimentada (na época) Alanis Morissette, meu CD Player (a grande novidade tecnológica do início dos anos 90), só tocava isso, o Oasis vinha com um rock britânico (o movimento brit-pop), que pra mim era novidade, já que não havia nascido uns 20, 30 anos antes pra conhecer primeiro a nata do Reino Unido: Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin, etc.
Mas os irmãos Gallagher tinham uns cacoetes no palco e fora deles que me chamavam a atenção: o jeito de Liam cantar, com mãos pra trás e microfone bem alto, Noel comandando uma muralha de guitarras, puxando a maioria das músicas, de maneira frenética e ambos fazendo um som envolvente com a maior cara de pouco caso que se pode imaginar, eram ingredientes típicos de pop star, que arrastavam multidões de fãs pelo mundo.
O segundo CD, What´s The History (Morning Glory), era um desfile de hits, como o já sucesso Wonderwall, Don't Look Back In Anger, Cast No Shadow, dentre outros, músicas que mexem com o coração, românticas e rock'n roll! Mistura ótima e sugestiva pra ser usada com quem se gosta.
O lado, digamos negro da banda era bem enfatizado pelos irmãos encrenqueiros: as constantes brigas, declarações de um contra o outro sempre pareceram mais um artifício de marketing do que outra coisa, se eles se odiaram tanto, porque trocaram todos os músicos da banda? Detalhe: inclusive todos os músicos fundadores.
Muita gente passou pela formação do Oasis, os pioneiros Paul Bonehead Arthurs, Paul Gigs McGuigan, Alan White (que já chegou substituindo Tony McCarroll), além de assumirem as baquetas o filho de Ringo Starr, Zac Starkey e Chris Sharrock, completando Andy Bell e Collin Gem Archer, curiosamente os irmãos chegavam depois do primeiro núcleo, Liam foi chamado antes e abriu a porta para Noel, que achava as composições fracas e entrou na condição de ser o único compositor da banda, o que foi uma sacada, o fato é que eles definiram o que seria o Oasis em diante, e mesmo pegando o barco andando, e em constantes brigas, Noel e Liam alteraram a banda toda e permaneceram juntos até o anúncio da saída de Noel essa semana, estranho não?
No ápice da carreira, após What's The History, em um acústico da MTV, Liam alegou problemas na garganta e deixou a banda na mão no dia da gravação, Noel assumiu, fizeram o show, enquanto Liam dava gargalhadas em um camarote, bebendo e fumando demasiadamente. Parecia o fim, mas tudo foi colocado como um mal entendido, e o Oasis prosseguiu a carreira, mais tumultuda que tranquilamente.
A banda, mesmo com o sonho discarado de ser maior que os Beatles, de quem sempre colou descaradamente tudo o que pudia, tanto em som, como visual e polêmicas, teve altos e baixos, alguns discos fracos, como Heathen Chemestry e o último Dig Out Your Soul, que comparado aos quatro primeiros e Don't Belive The Truth, nem pareciam da mesma banda, aliás, a banda realmente não era a mesma.
Se for verdade a saída de Noel, o Oasis preparou sua cova e só falta cair, Liam faria falta sim, mas não como seu irmão, que era a maior identidade da banda. Agora, se for outro golpe de marketing... faça-me o favor! Pra ilustrar a situação do Oasis e seus fãs nesse momento, me recorro a uma música do grupo: D'You Know What I Mean? (Você sabe o que eu significo?). Só podemos responder com o nome do primeiro álbum: Definitely Maybe (Definitivamente talvez!)

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