Blog do Paullo Di Castro


quinta-feira, 12 de março de 2009

Pizzaria assembleiana

Como uma empresa do governo, que não tem concorrência pode quebrar? Essa pergunta não quer calar, até porque o serviço mais importante que ela executa, o fornecimento de energia para a população, não foi em nada abalado. Apresento-lhes a realidade da Companhia de Energia de Goiás (CELG).

A empresa passa problemas visíveis. Seu gasto operacional é altíssimo. E como em toda crise política, a paternidade de raiz do problema não se revela em total transparência. Aí vira um ping-pong entre os rivais do poder. A chamada base aliada de hoje atribui a culpa no PMDB, pela venda da Usina de Cachoeira Dourada na época do governo de Maguito Vilela. Em contrapartida, o PMDB acusa a turma de Marconi Perillo de prejudicar a empresa no processo de federalização da CELG. Além dos períodos eleitorais sempre mexerem de um jeito ou de outro na máquina do governo, o governo agora de Alcides Rodrigues também entra no bolo de suspeitos da quebra da CELG.

Como já escrevi aqui, não foi a ridícula economia de energia do horário de verão que iria salvar a estatal, além de aumento abusivo nas tarifas mostravam que a arrecadação precisava ser maior, a crise era anunciada pela demora nos serviços de religação, que não podiam ser feitos por telefones públicos, pois exigiam identificação concreta do pedinte. Para os inadimplentes o corte do fornecimento era rápido, tudo feito com vários carros alugados, gerando um gasto exorbitante.

O deputado Daniel Messac tomou frente para a abertura de uma CPI, sendo que a mesa diretora contaria com parlamentares dos dois partido mai envolvidos. Eram necessários 14 assinaturas, porém, mesmo o proponente afirmando que já as tinham, alguns após diálogos de suas bancadas se desfizeram do compromisso. Houve até um deputado (Paulo César Martins) que assumiu em entrevista no Programa Cá entre Nós da Rádio 730, usar a CELG de forma ilícita.

No fritar dos ovos tudo acabou como a maioria das auto-investigações feitas por nossos parlamentares: em uma intragável e amarga pizza. Já para outros a pizza tem sabor de massa refinada e recheio tão saboroso como o poder.

Isso foi uma mostra grátis da disputa que está por vir em 2010. Tudo indica que os maiores caciques da política goiana irão se degladiar pelo governo: a disputa entre Íris x Marconi promete, e já estão rolando as preliminares.

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