Blog do Paullo Di Castro


quinta-feira, 18 de junho de 2009

MANIFESTO


Após o Supremo Tribunal Federal votar, por oito votos contra um, que o diploma não é mais obrigatório para o exercício da profissão de jornalista, só me resta a grande preocupação com o meu futuro, da área que escolhi com amor, disposto a investir com todo o gás em minha formação superior, vejo um vale em minha frente, um precípício me separando daquilo que optei em ajudar a sociedade com meu suor, luta e preparo, e agora José?

Esse é o maior descrédito que pode ter uma profissão. Qual será o parâmetro para se definir quem pode ou não exercer a profissão de jornalista? Como ficarão os que ralam quatro anos na academia para depois concorrer com um paraquedista que não teve sua formação embasada nas teorias e princípios fundamentais que um curso superior transmite? Isso fora o uso da ética que tanto é pontuada na academia. Vejo um futuro mais negro para as mídías informativas e toda a população consumidora de tal pilar da sociedade.

Sou estudante, no último ano para me formar, e me deparo com a instabilidade de não ter mais meu curso superior com o valor de mercado de qualquer outra profissão, um alto investimento de quatro anos para ser desprezado dessa maneira. Os jornalistas que já atuam sem diploma, que fiquem no lugar deles, mas qual será o lugar do bacharel diante de uma área que tanto afunila as oportunidades? O colunismo, a opinião de outros profissionais são bem vindas, e fazem o mesmo valor comunicativo e qualitativo dos jornalistas. Mas, como pode-se generalizar um ofício que a 40 anos desempenha e luta por sua especialidade?

Os QIs, nepotismo e a fama midiática de uma pessoa sempre vão existir, mas os únicos que estão rindo com isso são grandes coorporativistas dos veículos de comunicação, que terão cada vez menos leis norteadoras para pagar mal seus funcionários, e promoverem seus cursinhos ridículos para se tirar o registro. Mais uma vez, sai perdendo toda uma categoria, a sociedade, enquanto os marajás se esbaldam poder contra quem poderia colocar em pratos limpos as falcatruas que o dinheiro provoca no ser humano.

Por mais que o Jornalismo esteja sucateado, esses oito ministros não tinham o direito, o qual tanto estudaram, para derrubarem uma legislação, agora deixam de mãos atadas um instrumento de educação que trabalha e prepara pessoas para lidar com uma matéria-prima essencial para o ser humano: a informação. Vou pegar meu diploma e refletir: E agora, de que valerá tudo o que fiz para chegar aqui? São muitas perguntas que me faço, as respostas são incertas, o futuro é incerto.

2 comentários:

  1. É Paullo!!! É nessa hora de derrotas judiciais q a gente vai repensando as nossas motivações que nos levaram à escolha dessa nossa profissão jornalística! Ai ai! Espero que a gente consiga respostas para isso em Deus mesmo, pra que não piremos diante dos vazios que só teimam em se proliferar pelo Mercado afora e, agora, também pela Justiça! A maior decepção é confundir direito à informação com profissionalismo ao extremo! =|

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  2. Puxa cara...que paia hein..

    Realmente esses caras não tinham esse direito..

    Mas confia em Deus, que o futuro fica certo! =D

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