Blog do Paullo Di Castro


domingo, 20 de junho de 2010

Brasil 3 x 1 Costa do Marfim


Agora sim uma vitória para se convencer, embalar de vez o escrete canarinho, e garantir a classificação para as oitavas de final da Copa. O objetivo foi cumprido, mas se tratando de Seleção Brasileira de futebol, as coisas nunca são simples.
Os africanos em copas passadas eram pontuados por serem alegres, humildes e coadjuvantes. Agora o perfil mudou, a começar pela sede ser africana pela primeira vez, com o maior números de representantes, com maior gás para mostrar serviço, e é isso que se viu na Costa do Marfim, a catimba foi um ingrediente marcante dos africanos.
O Brasil com o ritmo de jogo melhor, e contando que suas principais peças brilhem, viu que se o meio e o ataque se entenderem, não tem pra ninguém. Kaká e Robinho tabelando rápido e colocando Luis Fabiano de frente pro gol, mesmo com o ângulo fechado, consegue disparar um torpedo por cima do goleiro africano, e a bola correu bonita por toda a rede do lado de cima, e caiu gostosa na rede de trás. Imagem linda de se ver!
Muitos já preveniram que poderia ser o jogo mais difícil da primeira fase, dependendo de como os portugueses chegarão para o terceiro. E acredito que nossos colonizadores não vão suar a camisa como os marfineses. Eles venderam caro a derrota, e quase venderam na base da pancada.
O circo quase pegou fogo quando Kaká, que estava sendo caçado em campo caminhava com seu marcador atrás, e o seu braço o encontrou, parece não ter sido voluntário, mas que o adversário dramatizou o contato, não deixa dúvidas, levou as mãos a cabeça, só não sendo pior que Rivaldo em 2002 (quem lembra?).
O eterno bom moço levou cartão vermelho. Culpa do juiz? Do jogador? Do Dunga que não o tirou antes, quando já tinha o amarelo e se desentendia a tempos com o marcador? Enfim, em campo ele fez sua parte, foi o Kaká que precisamos, mas podia ter sido um pouco mais cauteloso. Mas no calor de um jogo como esse realmente é difícil.
Elano jogou com raça e fez seu segundo gol, mostrando que a opção do Dunga por ele foi correta, saiu após cravarem a chuteira em sua canela, mas disse que as filhas o protegeram: as caneleiras com o nome das meninas que ele beijou após o gol.
O destaque com certeza foi o segundo gol de Luis Fabiano, dois chapéus pra fazerem os zagueiros perderem o caminho de casa (e olha que está perto!). Sim, o domínio dele foi com o braço, ajeitou com o ombro, mas uma pintura daquela tá perdoado, né? Até o juiz (quanta lambança do cidadão!) consultou ele depois se havia ajeitado ilegalmente, adivinhem a resposta?
Foi um jogo bom de assistir, mostrou que a defesa brasileira mesmo tão entrosada precisa estar mais atenta, mas que os brasileiros estão preparados para enfrentar jogo sujo, e mostrar futebol-arte em cima disso, mesmo não sendo a bandeira levantada por Dunga, que continua um turrão com a imprensa, os valores individuais brasileiros brilham como são peculiares. Como a Argentina é a única que mantém a regularidade, mais a Holanda, não serão nossos hermanos que intimidarão o Brasil.

2 comentários:

  1. Não estou motivado com esta copa como estive em outras e achei que mais gente também compartilhada do mesmo sentimento que eu.
    Entrei em uma sala de aula de Jardim II (Educação Infantil) no dia seguinte a este jogo, e duas crianças discutiam se Kaka tinha dado a cotovelada ou não de propósito. Fiquei impressionado com a influência das atitudes dos jogadores sobre aquelas crianças.
    Tem muito mais gente "dando bola" para a copa e tudo que a envolve do que imaginava.

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  2. É Tote, se tratando de Copa do Mundo não tem jeito, a pauta entre todas as classes sociais e etárias brasileiras fica evidente. O esporte é de massa e continua na boca do povo, seja com apreço ou desencanto.

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