2015 não tivemos muito que comemorar, seja como cidadãos
goianienses, goianos ou brasileiros. Vivemos dias nebulosos, imprecisos e de
difícil diagnóstico. A resposta que virou um lugar comum é que tudo é culpa da
crise. Tem muito fundamento essa afirmação. Mas a crise maior que vivemos não é
a econômica. É a crise moral, acompanhadas pela crise da falta de bom senso, a
crise sem desconfiômetro, a crise que trás a desonestidade, a corrupção, a
apatia. Todas imorais.
As eleições de 2014 tiveram uma conta alta demais. Ainda
estamos pagando. Tanto o Brasil quanto Goiás fizeram das tripas o corpo inteiro
para garantirem a reeleição de seus governos. Muitas baixarias, caixas 2, 3, 4
a perder de vista, financiamento de campanha de empresas que serão devidamente
recompensadas com perdão, isenção fiscal e negociatas de licitações
fraudulentas e muita mão lavando a outra. A imoralidade encontra muitas brechas
na lei, e todas que são encontradas são preenchidas.
O governo Dilma vive a pior crise desde a era Lula, que começou
(por ironia) 13 anos atrás. A bomba estourou nas primeiras investigações de
corrupção na Petrobrás e os presos da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal
tiveram estilhaços que pegou todos os escalões do governo. Para a presidente
sobrou uma conturbada abertura de processo de Impeachment, que por enquanto foi
salvo pelo gongo do recesso de final de ano. A relação com o vice Michel Temer
abalou, como sintoma do fiel da balança PMDB decidir sua vida no Congresso. 2016
ainda promete fortes capítulos nessa novela em que existe um “mar vermelho”
para se atravessar.
Em Goiás a coisa não anda melhor. O “pacote de maldades”
do governo veio maior que qualquer saco de papai Noel nesse fim de ano. Os
servidores tem diversos benefícios cortados. Os Hospitais gerenciados por
Organizações Sociais recebem alto investimento e realizam poucos atendimentos
para o tamanho da demanda. CREDEQs e várias obras prometidas caminham a passos
de lesma. O pagamento de IPVA é antecipado. A segurança que sempre é
instrumento eleitoreiro assiste uma categoria desgastada e fazendo
paralizações. A educação vê a implantação de três projetos levarem mais de 20
escolas a serem ocupadas por estudantes e apoiadores. Pra terminar, mais de 1
milhão é gasto para promover shows dos sertanejos Leonardo e Eduardo Costa,
intitulado “Cabaré”, e da funkeira Anitta, que foi rebolar em evento para
crianças da OVG.
Goiânia vê dias complicados na receita, crise política no rompimento do
vice Agenor Mariano com o prefeito Paulo Garcia, obras inacabadas e em ritmo de
tartaruga. Mesmo com um fôlego para pagar a folha e anunciar concursos, a
insatisfação e conturbados momentos políticos afetam e muito o dia dia da
população. Criminalidade e assassinatos aumentando nas ruas diariamente. Da promessa faraônica de 81
CMEIs em 2012 o prefeito entra no último ano muito longe dessa
meta. Talvez ela estava em aberto e a intenção é dobrar...
O ano que passou deixou muitas lições. Como cidadãos, nossa responsabilidade aumenta diante de tantos fatos determinantes para passar tantos pontos a limpo. O combate a corrupção é a maior tarefa que temos para inibir o mau uso do dinheiro público. Com 1,5 milhão de assinaturas, o projeto 10 Medidas Contra a Corrupção pode virar lei. Faltam pouco menos de 300 mil. Acesse o site da campanha do Ministério Público Federal aqui e dê sua contribuição, assim como fiscalizar diariamente a vida de quem deve nos prestar contas.
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