Blog do Paullo Di Castro
quarta-feira, 27 de junho de 2012
O ex-amigo
O depoimento mais aguardado pela CPMI que investiga os negócios de Carlinhos Cachoeira, surpreendentemente não era de nenhum político, até porque a maioria optou pelo mesquinho direito de ficar calado. Foi nas palavras do jornalista Luiz Carlos Bordoni que brotaram as melhores explicações e materiais para investigação. Com a oratória serena, confiante e confrontando partidários de Marconi Perillo, Bordoni não se intimidou e fez declarações interessantes.
A maior acusação foi afirmar que o governador Marconi Perillo mentiu em seu depoimento, nessa mesma CPMI dias atrás. O jornalista bateu de frente em relação aos pagamentos de seus serviços de rádio na campanha de 2010. Os valores e formas de pagamento entram em conflito, também no envolvimento de sua filha, Bruna, além das nomeações dela para o gabinete do senador Demóstenes Torres. Esse são ingredientes que apimentam o embate das duas partes.
Alguns acertos financeiros na campanha sem nota deixam de atestar com mais precisão as afirmações de Bordoni. Negociar diretamente com o governador, pegar dinheiro vivo são outros meios que levam desconfiança. Mas isso não descredita o que foi falado pelo jornalista na CPMI, pelo contrário, só aumentam as fontes de investigação, que competem aos parlamentares dessa Comissão buscarem e usarem suas prerrogativas para trazer a tona, informar a população e aplicar as medidas cabíveis.
O palco de guerra com ânimos exaltados de parlamentares continuam a acontecer e envergonhar todos os brasileiros. Nomes chulos sendo brandado aos gritos mesmo com microfones desligados. A acusação de caixa 2, só reflete a formação do mesmo, e execução feita pelo comando de campanha do então candidato Marconi Perillo, a apuração de provas documentais, novos adentos que prorrogam mais os trabalhos da Casa, e aumentam a resposabilidade da CPMI ter sua eficácia investigação.
O mais interessante tirando a gravidade das denúncias, é o histórico de relações de Bordoni com Marconi, tendo o conhecido ainda menino e trabalhando com o pai, passando pelo PMDB jovem nos anos 80, e fortalecendo a amizade trabalhando nas campanhas políticas desde a histórica primeira vitória sobre Íris Rezende em 1998. De lá pra cá, nas 3 campanhas vitoriosas para o governo e uma para o senado. Em todas o programa de rádio da campanha era comandado por Bordoni. Após ver o nome da sua filha citado por Demóstenes em depoimento na mesma Comissão, e ser investigado para tal, a caixa de marimbondos estava provocada, e a picada é certa. Resta se ver os feridos em breve.
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