A novidade da vez em Goiás é a criação de um canal all news de TV pública no lugar do que hoje é a retransmissora da TV Cultura. A Televisão Brasil Central passaria então a ser um canal de notícias 24 horas, aos moldes da Globo News, Record News e Band News, mas com prioridade para a cobertura de Goiás.
Sem dúvidas os benefícios são grandes, Goiás é carente de produção jornalística em determinados horários, e a TBC, como informativo do governo sofre com a carência de espaço na grade da Cultura, antes do Jornal Brasil Central 2ª edição que era apresentado por Paulo Beringhs, e antes de toda aquela polêmica de seu pedido de demissão ao vivo, era o único jornal noturno local, em casos como o da queda do avião no Flamboyant, a cobertura sempre esfriava.
A perda da TV Cultura é significativa, visto a riqueza de sua programação, especialmente a infanto-juvenil, ao contrário do que oferecem as outras emissoras abertas. Mas os ganhos podem ser supridos por uma grade qualificada do novo canal. O diretor da empreitada é Marcos Vilas Boas, experiente jornalista goiano. Tem tudo para ter sucesso no novo desafio, em entrevista na rádio 730, segue algumas falas do que prometeu:
"90% dos programas da nova TBC serão locais e 100% dos programas serão jornalísticos;
"Da TV Cultura, queremos manter só o Roda Viva, os outros programas, não;
"Nova TBC não terá programas terceirizados, jornalistas com empresas não terão espaço na grade de programação";
"A intervenção do governo na imprensa, tanto estatal quanto privada, já acabou, não há censura nas redações, nem na TBC."
Pegando o gancho da última fala, na tarde da última sexxta-feira, um episódio de clara censura em plena Praça Cívica aconteceu com a equipe da TV UFG, que foi abordada por policiais militares, questionando o conteúdo da gravação, alegando que deveriam ser informados previamente sobre o mesmo, e que o vetariam em caso de ataques ao governo.
E não foi só isso, a intimidação foi completa, encaminharam a repórter para uma sala no Palácio das Esmeraldas, ladeada somente de policiais, foi questionada sobre sua formação, sendo que era jornalista com diploma, além de ser indagada sobre uma autorização inconstitucional para realizar a gravação. Um ato de barbaridade feito por gente despreparada que não sabe uma das principais leis que regem seu país.
Isso não poderia ficar barato, e veio em resposta de uma carta de repúdio escrita pela competente professora Rosana Borges, diretora da TV UFG, disponível aqui. A resposta de Marconi Perillo veio logo, em carta ao reitor da UFG, prometeu apurar os fatos a fundo e cobrar de quem for punições cabíveis para os responsáveis. Atitude coerente do governador, assim como nos casos de nepotismo de sua equipe de governo.
Para concluir, um fato está separado do outro, mas como cidadãos só podemos esperar que um governo que ofereça um canal de comunicação para nos abastecer de notícias durante todo o dia não tenha segmentos que censurem a imprensa, seja privada ou estatal, que o episódio sirva de lição para não manchar ainda mais o nome de Goiás fora.
Muito bem relacionados os assuntos (afinal, tem de tudo na Feira, né?!). O jornalismo goiano só me deixa boas esperanças no que tange ao cumprimento da máxima "lançar o fogo para preparar o campo".
ResponderExcluirO que me preocupa nessa TBC News é a falta de estrutura para manter uma programação 24 horas no ar. Isso pode causar uma deficiência na qualidade.
ResponderExcluirMas se esse projeto der certo, o que ainda tenho receio de afirmar, será muito bom, tanto para a população que terá uma opção regional para sair do sempre eixo RJ-SP e também para os jornalistas, com o surgimento de muitas vagas de trabalho.
Vamos esperar...
Obrigado pelos comentários. A estrutura da TBC hoje é muito precária, os investimentos terão que ser altíssimos, mas com certeza é um passo importantíssimo para as comunicações em Goiás, a conferir.
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