Campanha eleitoral antecipada não é novidade nenhuma no Brasil. Isso acontece principalmente no primeiro semestre de um ano de eleições, e a oportunidade mais usada é o lançamento de obras públicas. Quando o potencial candidato fica o máximo possível exposto ao lado do governante, como verdadeiro papagaio de pirata.
Vamos ao fato concreto: Nunca antes na história desse país um presidente alcançou tamanha aprovação popular. Isso poderia até forçar a criação de um terceiro mandato, mas era arriscado, melhor escolher um poste de boa visibilidade e usar toda a influência de Lula para levar o escolhido ao poder, no caso, a escolhida. Anos atrás os possíveis herdeiros lulistas seriam Antônio Palocci, José Dirceu ou José Genuíno. Mas o fator mensalão os tirou da reta, e levantou como primeira ministra Dilma Rousseff, que com muito esforço virou a pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto.
Ano passado a primeira cartada do Poder Executivo: O lançamento do filme "Lula, o filho do Brasil". Uma época bem propícia, para levantar ainda mais o nome do presidente, com o pano de fundo de falar apenas do que foi os primeiros anos da vida de Lula e seu início da carreira sindical. Tudo bem floreado para comover ainda mais o eleitorado e preparar o caminho para Dilma. Isso após duas ocasiões no berço eleitoral nordestino serem usadas para enaltecer o trabalho de Dilma ao máximo.
Da semana passada para cá, dois atos públicos foram palco de uma pré-campanha. o TSE tomou providências e multou o presidente em R$ 5,00 e R$ 10,00 por discursos ainda em janeiro, e não o bastante, um evento para as mulheres sindicalizadas do ABC foi visível ver Dilma ovacionada e centro das atenções. Depois, o pior: O lançamento do PAC 2, mas como se nem o primeiro está concluído nem na metade?
O presidente diz que precisava estabelecer orçamento para o futuro governante, mas como foi oportuno levar a "mãe do PAC" para discursar e responder o máximo possível sobre metas para os próximos 4 anos! A lei é burlada como pode, e o nome da pré-candidata exaltada de todas as formas.
Prefiro encarar o câncer enfrentado em 2009 como um fator isolado nesse processo. A mudança no visual é natural para se melhorar a imagem, mas usar a máquina pública da maneira que vem sendo usada, é um perigoso jogo de imposição eleitoreira. O brasileiro consciente quer mais idéias, e menos encosto em Lula.
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