Blog do Paullo Di Castro


sábado, 23 de julho de 2011

Reabilitação?! Ela disse: Não, não, não!


Sim, o assunto é intensamente explorado pela mídia, em proporções provavelmente parecidas com a morte de Michael Jackson (guardando as devidas proporções de ambas as carreiras - musicais, é bom que se diga!), o velório é que com certeza será bem diferente do mito da música pop, aqui as histórias pra se contar serão bem menores, mas as análises da importância artística da passagem de Amy Winehouse por esse mundo já são suficientes pra muito pano pra manga.

É claro que lugares comuns são inevitáveis essa hora, visto a intensidade absurda que viveu essa jovem, com certeza no pior sentido pessoal. Seu casamento com Blake Fielder-Civil foi na literalidade do sexo, drogas e rock' n roll, necessariamente o segundo termo bem mais frequente que os outros dois. Isso foi o pano de fundo para se esconder a relevância do que fazia de melhor: cantar com o potencial de uma negra autêntica na escola americana dos subgêneros criados por essa cultura.

Mas a figura apática, magra e de total descuido da imagem contrastavam com o poder que teria sóbria em um palco. Mas vê-la de cara limpa era a mais difícil das coisas, acompanhada por uma super banda, com figurinos, maquilagem e todo um clima retrô, o que precisava era soltar o vozeirão do início ao fim de um show, e isso raramente acontecia. Perdia-se a chance de não só abrir caminhos para se consolidar uma concepção musical diferenciada, mas sim para mais páginas policiais e perplexidades com os excessos alucinógenos.

Resgata-se o que seria a “idade maldita do rock” ou de ídolos musicais que marcaram épocas, cada um deixou esse mundo aos 27 anos (pasmem, eu tenho essa idade!): Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones e Kurt Cobain. Todos mudaram padrões e foram figuras épicas, cada um ao seu tempo e estilo. Mais que um numeral de anuidade, o que fica é a vulnerabilidade que todos se deixaram expor ainda tão jovens.

Não adianta muito fazer juízo de valor sobre como e porque mais uma celebridade da música faleceu, os fatos (a se confirmarem, e a maioria são muito claros), falam por si só. O legado foi pequeno, poderia ser muito maior, ao mesmo tempo em que se poderia cair no ostracismo, e a pessoa em vida deixar os holofotes e se trancafiar em casas de recuperação e em lugares inóspitos. Qual é a diferença? A vida, tão somente a vida!

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