O Rio de Janeiro é o que mais tem me chamado a atenção. O caminho tá livre pro prefeito Eduardo Paes faturar a reeleição, mas existe um fator surpresa interessante. Subindo impressionantemente está o candidato do PSOL Marcelo Aleixo, com o vice Marcelo Yuka, ex-O Rappa. A chapa pura dos socialistas nunca incomodou tanto. Os xarás representam um discurso social contundente, que vai de encontro à realidade dos cariocas. Mesmo que não tenham fôlego pra alcançar o prefeito, a ousadia e frutos dela poderão abrir bons caminhos para eles e a legenda. A dupla inusitada Rodrigo Maia (DEM) e Clarissa Garotinho não alcançarão agora o posto já conquistado e desgastado de seus pais.
São Paulo também tem novidades interessantes. Quando a polarização entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) parecia certa, surge Celso Russomano (PRB) e desponta pra liderança. Pólvora pura nos ninhos tucanos e petistas. O desespero bate, para o antipático Serra, com a imagem arranhada de tantos pleitos eleitorais pro executivo disputados (e maioria perdidos), e também com Haddad, nova aposta que Lula tenta carregar nas costas, mesmo com um programa eleitoral com recursos de primeiro mundo dificilmente mudará isso. Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS) tinham potencial, mas sem alianças fortes, são cartas foras, vão negociar como é tradicional com os cabeças.
Em Porto Alegre a simpática e aguerrida Manuela D'Ávila (PCdoB) sofre pra quebrar a tradição eleitoral gaúcha, sempre polarizada, mesmo ela entrando nessa polarização, tirar a reeleição de José Fortunati (PDT), carregado pelo espólio de Leonel Brizola, é um grande desafio. Manuela tem bom diálogo com segmentos da juventude, esportes e cultura. Mas isso pra competir com a máquina do governo torna a tarefa ingrata, mas acredito que ela tem potencial pra virar o jogo. Aliar-se com o PSD demonstra a determinação dessa campanha.
Outras capitais não me chamaram tanto a atenção, em Belo Horizonte os petistas deixaram a estranha aliança com os tucanos, e não devem tirar a reeleição de Márcio Lacerda (PSB), continuando a hegemonia tucana mineira. Em Salvador o Neto de um dos maiores coronéis do Brasil tem tudo pra continuar a
Lamento muito que os projetos políticos não sejam trabalhados a longo prazo, no Rio de Janeiro o Gabeira fez uma ótima eleição o Paes ganhou com diferença de poucos pontos percentuais; mas estranhamente Gabeira, não militou pela cidade maravilhosa durante a gestão de Paes e sequer se apresentou como candidato para esse pleito. Diferente desse efeito, temos Vanderlan Cardoso, ex-candidato a governo de Goiás, continua militando e alavancando sua candidatura outro exemplo mais pouco evidente é o de Marina Silva ex-PV, a mesma tem viajado pelo país, mas esta se atendo no embate das eleições municipais.
ResponderExcluirHum, interessante conhecer esse panorama! Gostei! PSOL subindo no Rio é bacana. Concordo com o Paulo... sobre os projetos políticos não trabalharem a longo prazo. Limitam-se ao eleitoral/eleitoreiro, na maioria dos casos.
ResponderExcluirParticipei esse fim de semana de uma escola de educação popular em que debatemos o mais fundo que conseguimos sobre um projeto político popular. Incrível como a fase eleitoral fica apenas como um instrumento hoje trabalhado de maneira equivocada, quando abrimos o campo de visão para o que é política e representações.