Blog do Paullo Di Castro


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pescadores de Ilusões?

O estado de Goiás passa por coisas que só se acredita vivendo. Ou será normal uma decisão judicial invalidar um concurso público após ter sido nomeado, empossados e começado o trabalho de diversos profissionais? Se houve erro no edital, qual é a culpa das pessoas que estudaram, se dedicaram, planejaram, e o pior: viram esse sonho se tornar realidade ao assumirem suas funções?

As áreas da Saúde, Cidadania e Trabalho, Polícia Tecnico-Científica e Corpo de Bombeiros fizeram o processo seletivo em 2010, tudo correu normalmente durante os prazos estipulados, exceto que o edital não previa a quantidade de vagas disponíveis, colocando como cadastro reserva. Mas mesmo assim realizou-se o certame, divulgaram os aprovados, e foram chamados, e submetidos a todos os processos de contratação, inclusive tendo começado a trabalhar. Depois, a decisão de se suspender o certame.

Um ítem em comum nessas seleções, é dizer que a aprovação gera a expectativa da nomeação, isso é uma cláusula medíocre, que apenas mobiliza uma força que não pode contar com a sua convocação, e fica-se a insegurança de investir em um concurso para não se ter nem expectativa real de que será empregado.

Tratam-se quase 4.000 profissionais, todos com a vida encaminhada e dedicada para o emprego que conquistaram por direito. Isso faz vários empossados assumirem compromissos financeiros, contando com a estabilidade que o cargo público supostamente oferece a eles.

O trâmite na justiça será longo. A interpretação do delicado assunto pode gerar distorções e embasamentos que não atenderão necessariamente aos trabalhadores, gerando no mínimo o clima de instabilidade para todos. Ninguém provavelmente será destituído do cargo enquanto o processo corre em vários âmbitos, mas o transtorno poderia ser evitado.

Parece ser tempestade em copo d’água, mas não é. A estrutura do estado é muito falha, e precisa de mudanças profundas. O funcionalismo muitas vezes é inoperante, defasado, e desqualificado, justamente por não se priorizar a qualificação encaminhada através de um concurso público. Não é a solução para todos os problemas, mas com certeza uma reforma que melhoraria muito a funcionalidade dos órgãos estaduais.

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