Blog do Paullo Di Castro
terça-feira, 16 de outubro de 2012
O acordão pra amarrar o Brasil
Dois poderes, duas frentes, dois lados da mesma moeda, e como é impossível a moeda cair em pé no jogo da justiça, nada melhor que sair do jogo, fica bom pra você e não deixa tão mal pra mim. É esse o sentimento que antecipa o fatídico encerramento das investigações tanto da CPMI do Congresso Nacional, como da CPI da Assembléia Legislativa de Goiás.
Ambas tinham como alvo todo o esquema de desvio de dinheiro encabeçado por Carlinhos Cachoeira. Mas o alvo acertaria bem mais que o contraventor, envolveria personagens dos dois lados mais representativos da política nacional. Tanto situação como oposição do governo federal teriam a carne cortada, e pra evitar "constrangimentos", nada melhor que um acordo bom pros interessados.
O fatídico fim era anunciado: Quando se levantou a investigação dos nome dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o de Brasília Agnelo Queiroz (PT) e do Rio Sérgio Cabral (PMDB), sabia-se que algo não fecharia, tanto que Cabral foi dispensado do depoimento. A primeira saída que encontraram era deixar a batata assar só na mão do senador Demóstenes, cujo partido Democratas não hesitaria de cortar fora.
Carlinhos era um hábil articulador, e naturalmente não iria fazer acordos só com um lado político. A base do governo estremeceu diante da possibilidade de caírem alguns de seus figurões. A única forma de salvar seus vários nomes envolvidos seria propor encerrarem os trabalhos de investigação, mesmo que isso custe perder a melhor oportunidade de enfraquecer a oposição. Na ALEGO, o caso era mais evidente, com o governador nadando de braçada em maioria na casa, facilmente seria neutralizado por sua base.
Por hora Cachoeira vai continuar sendo o único preso (mesmo que o juiz Tourinho Neto tente o contrário), e os parlamentares serão poupados. A vasta documentação que falta para analisar será ignorada. O julgamento do mensalão já será muito desgastante, pra quê insistir em cavar mais podridão nesse buraco? Que o STF e sua bancada lulista resolva lá na frente, se preciso.
Uma política retrógrada, de legislação em causa própria e alimentada pelas verdinhas do cachoeirolduto. Esse é o sentimento que nos deixam as casas legislativas federal e estadual. Perdemos uma grande oportunidade de exposição de saber quem é quem dos amigos de Cachoeira. O impacto nas eleições desse ano já foi pequeno, e o cuidado pra 2014 é estratégico para a sobrevivência política da maioria.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
O que esperar?
O que você espera da próxima administração pública de da sua
cidade? Tá desiludido com tantos
escândalos de corrupção, e fica tentado a generalizar toda a classe política de
fazer parte desse lamaçal? Infelizmente esse quadro é o que mais tenho visto
hoje. Mesmo tendo meu voto definido e com absoluta tranquilidade para tentar
eleger o que considero melhor pra Goiânia, eu entendo pessoas que pensam assim.
Eu entendo partindo da premissa que a pessoa conhece cada
candidato ao executivo, pesquisou sua vida, seu grupo político e tem convição do voto para um deles ou nenhum, crendo que fez parte de
verdade nesse processo. No voto parlamentar, uma representatividade de classe,
região ou outros segmentos é importante, e mais ainda a renovação de homens
comprometidos com a Casa de Leis que regem nossas vidas.
O voto nulo e o branco são opções legítimas, porém, é uma
lavagem de mãos perigosa, que vai dar condições a alguém governar sem a
participação de quem optar por esse caminho. Não vejo como uma escolha que
ajudará a sociedade, ao menos enquanto vemos os mesmo políticos continuando no
poder, caciques centralizadores e herdeiros sempre recebendo a bênção de quem
já está no lá há muito tempo.
O voto ainda é o instrumento pra começar a mudar esse
quadro, se não está satisfeito com o que está lá, nem com quem não te
representa, simplesmente mude! Não vote em quem te decepcionou, nem em quem
está ligado a pessoas que não corresponderam a sua expectativa. Uma gestão
pública precisa estar livre de apadrinhamentos políticos, compromissos com
grandes grupos financeiros, só assim ela poderá operar em favor do cidadão.
Pesquisas eleitorais mostram comportamentos, tendências e
são o retrato de um momento do cenário político. Mas não são elas que devem
pautar o seu voto! Você deve pautar baseado nos seus conceitos e valores, e em escolher
quem você vê competência, currículo, companhias e passado ilibado para assumir
tamanha responsabilidade.
Decepções nós temos sim, afinal nossos representantes são
homens falhos como nós. Mas o aprofundamento no campo eleitoral para discernir
nossa escolha pra mim sempre vai ser um dever do cidadão. Não tenha medo, não
pense em votar no “menos pior”, vote em quem você visualiza daqueles que
entraram na disputa, governando o lugar que você mora.
A participação no
mandato deve continuar, cobrando através de e-mails, pelas redes sociais, e
manifestações que legitimem a indignação do povo, como foi a Lei da Ficha
Limpa. Vote em alguém ficha limpa, e que de preferência não tenha nenhuma outra
suja por perto. Isso não é impossível, acredite!
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