Blog do Paullo Di Castro


terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada!"

Ocupou lugar de destaque nos noticiários nos últimos dias, capítulos tristes de conflitos entre alunos da maior Universidade pública do Brasil, a USP, contra a reitoria, a polícia, o governo, uma mistura de segmentos organizados e de aproveitadores em todas as esferas. Violência se confundia nos propósitos e abordagens. A ocupação da reitoria que terminou na prisão de 70 alunos nessa terça-feira deixou uma pergunta, por que causa realmente eles lutavam?

Três estudantes de Geografia pegos fumando maconha no estacionamento, realmente não aparenta ser o agravante de toda essa balbúrdia, mas levantou alguns pontos relevantes. A presença da Polícia Militar no Campus se faz necessária. Imagine uma cidade universitária do porte da USP, com seus milhares de alunos circulando o dia todo, gente de várias índoles. Mesmo sendo uma elite acadêmica, a aglomeração dessa proporção sem um controle razoável de segurança é mais que imprudente.

O fator de droga ilícita é um buraco mais fundo. Todos sabem da presença dela nos corredores, bares, bosques, e vários ambientes dentro e nos arredores de uma Universidade. O ato de uma autoridade flagrar o consumo, nada mais é que o cumprir a lei do nosso país, que não dá direito a um chilique, muito menos a uma manifestação que ocupe a reitoria e paralise várias atividades. Abuso da polícia ao meu ver não existiu, mas continua sendo um ponto delicado a abordagem e repreensão dentro de um ambiente de ensino. Exige-se investimento e muito preparo das autoridades.

A representatividade de movimentos estudantis hoje é uma piada. Não entrando no mérito da UNE, acomodadíssima nos anos que o PT ocupa a presidência, me lembra de um exemplo prático relatado em uma reportagem da revista Piauí de outubro. O ministro da Educação, Fernando Haddad, estava em Curitiba, saindo de uma reunião a caminho de pegar um avião para Porto Alegre. Vários estudantes o abordaram, agrediram o veículo. Questionado sobre as reivindicações, e quem era a liderança do "protesto", não houve resposta concreta, tudo era vazio e sem propósito. Isso é militância pela educação?

Triste ver a que ponto chega um movimento tão vazio ideologicamente e sem fundamentos conscistentes. Os desafios enormes que já passam a educação no país em seus níveis básicos, ainda precisa voltar os olhos para um monte de mentes que já deveriam ter criado juízo a muito tempo, e aparecem em mídia nacional da forma mais exdrúxula, lutando pelo nada, que em nada irá beneficiar a eles mesmos. Depredando patrimônio público, feito para eles usufruírem, com certeza não se produzirá ações que atendam a um pseudo interesse de uma minoria.

2 comentários:

  1. Muito bom o seu texto! Concordo PLENAMENTE!!!

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  2. Tantos apontam a falta de mobilização real na atualidade. Dai, sem cunho ideológico justificável, nasce a revolta sem causa.
    Pediram policiamento no campus. Mas não querem ônus, só bônus.
    Povo acostumado a não ser ouvido aprendeu a não falar nada mesmo quando sabem que serão ouvidos.
    Boas reflexões, Paullo! Adoro vir à Feira, hehe.

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