Blog do Paullo Di Castro


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tragédia no entorno

Foram preciso 100 dias, intensas buscas, períodos de incertezas e aflições, para que a família de seis adolescentes e a sociedade tivessem uma resposta sobre o paradelo dos corpos que desde o ano passado permaneciam na incógnita.
Não se pode medir a dor que essas famílias passsaram, o desaparecimento de uma pessoa gera um misto de perda e esperança, que só acaba com o fim das buscas, a grande maioria das vezes, com notícias negativas.
O pedreiro Admar Jesus Silva, 40 anos, que já cumpriu pena por pedofilia por 12 anos, foi acusado e réu confesso da morte dos jovens, e nesse domingo, 11 mostrou à polícia o local em que estavam os corpos, próximo a Luziânia, cidade onde moravam os jovens, e bem perto deles Admar. Era tido como um vizinho discreto, educado, e agora aponta-se ser um serial killer que interrompeu brutalmente a vida de jovens entre 13 e 19 anos.
O pedreiro aliciava os jovens com propostas de trabalho, e abusava sexualmente deles e os matava. A sedução pelo dinheiro vinha de encontro com a realidade sócio-econômicas de jovens no entorno de Brasília, alguns foram impedidos pela família de aceitar o convite de Admar, e tiveram suas vidas poupadas.
A política carcerária no Brasil tem falhas que todos conhecem, mas as etapas de reintegração na sociedade voltam em pauta após vermos re-educandos saírem da cadeia e voltarem ao crime com tudo, até mesmo quando recebem indultos de feriado, e aproveitam para voltarem às práticas que os levaram àquela condição.
O acusado foi solto quando tinha a recomendação psíquica de acompanhamento, mas como na maioria das vezes a lei não restringe em nada a vítima após cumprir a pena, voltamos a casos trágicos como esse.
A sociedade na maioria das vezes condena os culpados com mais desejo de vingança que de justiça, constantemente influenciadas pela mídia. A comoção pública leva a medidas extremas, como manifestações de lixamento, de se resolver na violência o que já foi consumado pela própria violência.

2 comentários:

  1. psíquica = psiquiátrica? ou psicológica?

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  2. Fui pesquisar, e realmente o termo psíquica vem de psicológico. Seria mais correto dizer que ele teve um laudo psiquiátrico que indicava acompanhamento e um perfil de psicopata perigoso.

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