Tragédia, perplexidade, tristeza, perdas e várias perguntas.
Esse é o momento que vive a Polícia Civil do estado de Goiás, e
consequentemente todos os goianos. A situação chegou a esse triste quandro após a queda do helicóptero Coala nessa
terça-feira, 8 de maio, após a 2ª reconstituição feita pela polícia no caso que
já havia chocado todo o Brasil, que resultou em um assassinato brutal de sete
pessoas no município de Doverlândia.
Cinco delegados que estavam no vôo, alguns jovens, porém experientes,
e outros com uma folha extensa de serviços prestados na corporação. Dentre eles
Antônio Gonçalves, na Polícia desde 1969, responsável por casos como o
sequestro de Pedrinho pela empresária Vilma Martins, e Jorge Moreira, que comandou
operações da morte de Polyanna, o assassino Corumbá, dentre muitos outros.
Profissionais sérios, de competência comprovada, sempre
atendiam bem a imprensa. Lembro-me com certa emoção de uma entrevista com o
delegado Jorge Moreira sobre o caso Polyanna, infelizmente não tenho mais o
áudio dela, mas lembro-me que ele disse algo com o “As dores de perder um filho
eu não conheço, mas as dores de buscar justiça estou acostumado, e nada faz me
acomodar com elas.”
Um ofício tão difícil, que confronta com a miséria humana,
os extremos da maldade de seres que passam por cima de quaisquer conceitos e
valores. Lidar com isso no dia a dia, ter a energia de lidar com mentes
desqualificadas e inoperantes, tantos os espinhos nesse caminho. Terminar a
vida em um acidente aéreo não é uma forma plausível de pessoas com dessa
envergadura.
Goiás passando por momentos tão instáveis, de crise política
profunda, que reflete diretamente no serviço da Polícia Civil, que tinha um
início de greve de servidores marcada para hoje. O secretário de Segurança
Pública João Furtado faz uma gestão conturbada, transmitindo uma seriedade que
não se estende às ações e percalços que atingem a segurança do estado.
É fácil cogitar várias implicações sobre esse acidente,
principalmente da parte do assassino Aparecido Sousa Alves, que aos 22 anos foi
o pivô de um crime bárbaro e depois a razão de um acidente trágico com alguns
dos melhores profissionais de combate ao crime. As investigações continuarão,
mas sofrem desfalques importantes em seu processo, assim como diversas
delegacias e departamentos da Polícia Civil. Perdem-se grandes profissionais e
consequentemente agilidade no caso, já a perda de valor humano é inestimável e
insubstituível.
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