"Meus amigos, minha gente!" "Um abraço do tamanho do Brasil" "É isso aí, muito obrigado, e até lá!" Eram com essas e outras frases, replicadas e originais, que Jorge Kajuru entrava no rádio para o seu comentário que "parava a cidade." De segunda a sexta, ao meio dia, na outrora folclórica rádio K do Brasil, hoje 730 AM. Não tinha como não lembrar desse ícone do jornalismo esportivo com um fio de saudade, após episódios protagonizados por gente da crônica esportiva goiana nessa última terça.
No programa Debates Esportivos, dessa emissora, na hora do almoço, houve troca de acusações e exaltações de dois profissionais, o comentarista e ex-atacante esmeraldino Cláudio Rabello de Castro (Cacau) e o jovem comentarista Bruno Brasil, recém chegado à emissora. Bruno acusou o então colega de "mamar nas tetas" do Goiás, e de seu presidente, Hailé Pinheiro, no que foi retrucado asperamente. O programa foi interrompido, indo para os comerciais e voltando depois com Amauri Grarcia no comando, literalmente cobrindo buraco.
O diretor geral da emissora, Carlos Bueno, anunciou oficialmente nessa quarta-feira que os comentaristas Cacau e Bruno Brasil não fazem mais parte da rádio: "A emissora tomou a decisão pela demissão dos dois profissionais" e pra completar, pediu desculpas, e justificou a atitude "para que seja mantida a ordem dentro da casa, em respeito ao nosso ouvinte, e o mesmo não fique constrangido". O âncora Ronair Mendes negou em seguida que não chegaram às vias de fato, ninguém atingiu ninguém e todos mantém o respeito e a amizade com os ex-colegas.
Aprovo a atitude da rádio, foi de coerência com sua história e com o ouvinte. Tolerância com atitudes assim só podem prejudicar o papel social e informativo desse veículo, que tanto já fez pela comunicação em nosso estado. Difícil para o torcedor, ávido por conhecer da realidade de seu time, e espera dos comunicadores que transmitam isso com o compromisso da verdade e o foco na relevância do produto que trabalham. Desavenças pessoais devem ser resolvidas fora dos microfones, e poupar o ouvinte de baixarias.
Outro episódo no mesmo dia foi protagonizado por Lucilene Caetano, que teve seus 15 minutos de fama nacionais ao ser musa do Goiás no Caldeirão do Hulk, depois disso foi tentar a vida artística no Rio de Janeiro, voltando sempre pra Goiânia pra desfrutar da visibilidade que tem aqui. Começou a pouco a participar da Equipe do Mané, na TBC, e estava fazendo reportagem no Vila Nova, quando escreveu no Twitter: "Eles acham q vencem o GOIAS no proximo domingo. Classico em q "vilanaovence" a mto tempo. #oqacham?" É desnecessário comentar o tamanho da falta de ética, de profissionalismo e demais consequências desse infeliz comentário. Foi expulsa merecidamente do clube.
Saudosismo não leva a muita coisa, mas dá saudades de outros tempo no rádio em que as pessoas se respeitavam mais e agiam com menos impulso, paixão e desequilíbrio. Reconheço que existem bons valores na nova geração da imprensa que cobre esportes em Goiás, mas sempre tem os indivíduos e fatos que desanimam profundamente, como ásperas discussões entre colegas no ar, seja no rádio ou na TV, lendas de agressões físicas, de negociatas com os clubes, de apadrinhamento de famílias e influentes, que tomam conta de um espaço carente de isenção, competência e seriedade. Já não basta aguentar o desprezo, prepotência e mesquinharia da imprensa do Rio e de São Paulo, ao menos em Goiás precisamos de gente comprometida com o nosso esporte.
Vergonha ter uma imprensa amadora dessa, se depender de gente igual o Bruno pra renovar, tamo ferrado!
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