Blog do Paullo Di Castro


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Constitucional, nem por isso legal

Depois do generoso aumento de 62% em seus próprios salários ao apagar das luzes do mandato anterior, a nova legislatura mal começou e começa a dar prova do pouco caso com o cidadão, em detrimento ao benefício próprio. Na mesma semana em que a Câmara Federal votou contra o aumento do salário mínimo, para a Assembléia Legislativa de Goiás quando o assunto passa a ser o bolso deles, a perspectiva muda imediatamente. 


Agora se coloca em pauta o fim das gratificações extras de sessões extraordinárias, 14º e 15º salários. Só com as rendas extras, pode-se se ganhar em torno de R$ 180.000/mês, algo entre  22 e 23 salários. A maioria, sem constrangimento sai em opinião contrária, e embasando na brecha que virou senso comum para toda atividade parlamentar que causa alguma indignação: A constitucionalidade.


Não é muito irônico se apoiar em uma lei que também é elaborada por eles, quer exemplo melhor de legislar em causa própria? Mesmo a Constituição Federal sendo a carta-mãe, o maior documento norteador para a sociedade não pode acobertar disparidades como o que propõe seus formuladores. 


Outro ponto em comum é o chamado efeito cascata, se aprova lá em Brasília, é "natural" que passe por aqui também, uma mão lava a outra, e todos saem ganhando, todos os parlamentares, claro. 


E o povo vai sair e acampar na praça igual no Egito? Se tiver um grupo de 100 estudantes pra fazer um pequeno barulho já é muito. Aqui a coisa caminha mais com hagstag no twitter que em protesto na rua. 

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