Blog do Paullo Di Castro


terça-feira, 6 de julho de 2010

Brasil 1 x 2 Holanda


Falar o que de um jogo desse? Demorei dias pra "digerir", e dispor para escrever algo aqui. Queria eu ter falado só do primeiro tempo, de um futebol empolgante, oferecendo várias chances de ataque, com o gol mais rápido da Copa até então, nossos craques tabelando bem, com larga vantagem na posse de bola e no domínio de jogo. Mas aí veio o fatídico intervalo, e com ele posteriormente o segundo tempo.
A Holanda já era uma seleção temida, mas que havia tropeçado na primeira fase, e claro, tinha seus problemas táticos para resolver. O Brasil, tinha uma superioridade coletiva, com a nossa defesa tão impecável que não entrava ataque de laranjada nenhum, isso era o que a maioria pensava.
Ao ver Júlio César se chocando com o Felipe Melo, o anti-herói da desclassificação, me lembrei imediatamente da cena de Dida se chocando com Aldair nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, e entregando pela segunda vez um gol, que deu o triunfo para a Nigéria. O pesadelo voltou na hora.
Mas Felipe, não satisfeito, já alarmando a todos com o sangue quente, cravou sua chuteira no adversário, e assim encerrou a fatídica primeira Copa, onde chegou desconhecido pela maioria do Brasil, ganhou a confiança de Dunga, e mesmo tendo feito um passe magistral para Robinho fazer o gol brasileiro, saiu como o maior culpado pela derrota.
Quem fez péssima partida foi Michel Bastos, até o cherife Juan não esteve tão bem, Lúcio foi a raça em pessoa, mas isso não era suficiente, nem a correria de Maicon, nem o ataque que não conseguia criar mais situações de gol, enfim, não se tirava mais limonada desses limões, já do lado das laranjas....
Kaká esteve em campo, disputou bola, se irritou, mas sem perder a cabeça, chutou para o gol e só não fez o seu pela bela atuação do goleiro holandês. Era pouco pro craque, mas com ele limitado em campo, quem poderia substituí-lo? Eis o grande dilema do técnico Dunga. A pós-era Dunga terminava de forma melancólica para o capitão do tetra.
O banco de reservas brasileiro era desanimador, a maior parte da imprensa batia nessa tecla, mas Dunga, com o poder que lhe foi outorgado, só servia podar o trabalho dos jornalistas, passar a imagem de seriedade e compenetração do grupo na competição. Com essa proposta, a que ficou de verdade foi a de arrogância, prepotência, má educação e soberba. Não incomum nessa profissão, mas que definitivamente não é a cara ideal para um comandante da seleção.
A falta de opções para se mudar a realidade do jogo, deixou o Brasil incrivelmente apático na etapa complementar, vendo o craque Rubben deitar e rolar e garantir a classificação holandesa.
Como já havia escrito nesse espaço, para a CBF não era interessante ganhar essa Copa, 2014 é prioridade total, e mais que preocupar em ser anfitrião, o Brasil vai fazer a Copa ser economicamente viável para muita gente, principalmente Globo e Ricardo Teixeira, que até lá afinam novamente o discurso, e um sai com direito de transmissão por um bom tempo, e o outro com o cargo vitalício de presidente da CBF.

2 comentários:

  1. Um excelente post, só uma ajuda ai numa erradinha: "[...]saiu como a maior culpado[...]" Seria saiu como o maior culpado certo?

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  2. Valeu Delki!
    Revisão nunca foi meu forte! rs
    abraço

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