O futebol brasileiro vive um fenômeno de re-patriação, que pode ser observado principalmente por dois aspectos: a proximidade da Copa do Mundo, o que facilita a visibilidade ao se estar jogando no Brasil, e um outro fator que com certeza não é positivo: o despreparo profissional e emocional de nossos craques conduzirem suas carreiras (não estou falando do Jóbson!).
O primeiro só podia ser ele, o Fenômeno, após juras de amor pelo Flamengo, surpreendeu chegando para reabilitar o Corinthians, de volta à série A, criou polêmica se envolvendo com travestis, operou duas vezes em um ano, tirou a perna em muitos jogos decisivos e fez seus gols para alguns títulos de moral com a fiel torcida, e até lipo-aspiração se submeteu para diminuir a famosa barriguinha que criou em seus anos de declínio, ah sim, saiu do Milan pela porta de trás, tendo feito muito pouco pelo time de Berlusconi.
Outro dos "pioneiros" foi o atacante Adriano, após dar um balão na Inter de Milão, alegando depressão e vontade de abandonar o futebol, pouco tempo depois aparece vestindo a camisa do atual campeão brasileiro, dizendo estar feliz de morar na comunidade carente em que cresceu, e claro, à boêmia vida carioca. Ele é um dos maiores centroavantes dos últimos tempos, mas com certeza brilharia bem mais se soubesse o próximo passo a dar.
Com suas tranças personalizadas, Vágner Love inspira o amor no nome, e amarga quem lhe dá confiança. Nunca o achei um atacante perto de nível de seleção, brilhou na série B pelo Palmeiras, foi para Rússia e fez algumas boas temporadas lá, até driblar os dirigentes e voltar ao alviverde paulista, bastou um péssimo Campeonato Brasileiro para conseguir uma vaguinha no rubro negro carioca, se escorando em Adriano fica mais fácil.
No início do ano foi Roberto Carlos, que se deu bem muitos anos no Real Madrid, e na ressaca pós galáticos, foi procurar na Turquia uma continuidade, até vislumbrar participar do centenário do alvinegro paulista. Chegou arrumando encrenca com jornalista, sendo expulso no segundo jogo.
Agora a última novidade é a volta de Robinho ao Santos, sem estar certo na lista de Dunga, e jogando um futebol muito abaixo do que já fez, no Manchester City preferiu forçar a barra pra sair e ser acolhido pela torcida praieira que o adora, e, claro, estar mais perto de Dunga.
Sair dos salários milionários e voltar ao Brasil como heróis perto de pendurarem as chuteiras mostram um aspecto tenebroso para o futuro do futebol nacional, com certeza a credibilidade de nossos jogadores vão caindo com os grandes, e longe de achar bom que cada vez mais garotos migrem cedo para jogar no exterior, aqueles que são realidade mostram que não funcionam na cabeça como nos pés, e que são mercadorias descartáveis para quem quer contar com o talento deles.
Outros como Fred e Fernandão chegaram e não arrumaram encrencas (apesar do segundo ainda estar devendo à maior torcida goiana), jogam sua bola e aparentam estar mais felizes aqui.
As brechas achadas nas leis, as especulações de empresários, procuradores e cartolas fazem a sujeira fora de campo manchar um dos mais envolventes esportes do mundo, os jogadores se fazem de marionetes e logo procuram outro espetáculo para protagonizarem. E o maior espetáculo a se apresentar chama-se Seleção Brasileira na Copa do Mundo 2010.
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