Não deixo de me surpreender com certas iniciativas que chegam em nossa sociedade, no pior sentido possível, por mais que seja inovador para alguns, para quem tem convicções que se afrontam com essas "novidades", é um choque assimilar que vivemos dias em que movimentos assim sejam difundidos. Uma das invenções que cresce no Brasil, são sites especializados em infidelidade conjugal.
Quando estava no Rio com minha banda, em uma noite fomos jantar na casa do nosso pastor anfitrião, e a TV foi ligada no Programa do Ratinho, embora meus protestos para se trocar de canal, outros certamente para zoar, insistiram para deixar naquele produto cultural popular. Não é que para minha surpresa, entre as baixarias peculiares com exames de DNA e afins, realiza-se um debate para mim impensado até o momento: Os serviços de um site que promove encontros extra-conjugais.
Já famosos em outros países, agora chegaram com tudo por aqui. A mulher proprietária de um site falava com segurança, se baseava em pesquisas de comportamento matrimonial no Brasil, algo como mais de 15 milhões de brasileiros não tem vida sexual ativa no casamento, e para ela isso é prerrogativa suficiente para "pular a cerca." Ainda veio com lero-lero de ser um incentivo à própria melhora na vida sexual dentro do casamento, como um aperitivo que vai despertar mais o desejo pelo companheiro oficial.
A gente espera ver e ouvir muita coisa nessa vida, mas tem algumas que chegam realmente para desestabilizar qualquer expectativa sua. Qual é minha propriedade para falar de casamento, sendo solteiro, ainda longe de um enlace? Pessoalmente muito pouca, com certeza, porém, parto de princípios bem maiores que qualquer experiência que um casal possa viver.
Ontem foi veiculada no Jornal da Globo outra matéria sobre o assunto. Uma mulher de 15 anos disse que buscava "um tempero, para preparar melhor a salada!", outro homem com 8 anos de união, buscou outra parceira, também casada, por curiosidade: "não tive a sensação de arrependimento, não!" - afirmou. O negócio cresce no Brasil, em pouco tempo já somos o país campeão em adesões nesses sites especializados. O cadastro é feito e o processo sem rastros, no mais alto sigilo.
A fala de outra gerente de site: "Nós não evitamos a infidelidade, nós a aperfeiçoamos. Se for fazer, faça certo." Parece assim ser a prestação de serviço que vai atender uma prática inevitável, sim, de fato é isso que acontece, mas existe um padrão de formação da família tradicional que não comporta essa prática. Qual é o sentido de estar em união estável com uma pessoa e não ter a simples confiança de que ela é fiel a você? Relacionamento aberto definitivamente não é normal para quem acredita em uma família estável, de companheirismo mútuo e verdadeiro.
Pode-se pregar a mudança de formas de relacionamento, em tempos de levantar-se bandeiras homo-afetivas e atiçar o consumo peculiar da sociedade, com perfis bem definidos de público, um novo nincho de mercado é explorado. Mas tantos confrontos a base de uma instituição como a família não pode ser vista como mera mudança de mercado. Por mais frequência que aconteça, não é explorando e organizando serviços para se trair que teremos a liberdade de agir e ferir valores tão importantes.
Temo pelo futuro das famílias, outrora tão sabiamente formadas, hoje com adaptações lamentáveis para quem busca por um amor verdadeiro, a formação de um lar estável e que transmita o que temos de mais sagrado para novas gerações. Cuide da sua, enquanto não lhe é ortogada o direito de se esfacelar por tendências ultra-modernas.
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