Blog do Paullo Di Castro


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Discutindo o mundo

Começa essa semana o maior centro de debates sobre causas sociais no mundo, na sua mais tradicional sede, Porto Alegre - "Um outro mundo é possível." A proposta de ser um antagonismo ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, faz desse evento uma importante iniciativa de se discutir as causas humanitárias sem uma perspactiva puramente financeira.
Mas infelizmente, o Fórum já teve seus momentos de maior glória, os últimos encontros, assim como os do clima, não produziram os efeitos esperados, lutar contra os interesses econômicos é uma guerra injusta, e sem o apoio devido do governo, da mídia e principalmente da sociedade, os avanços ficam limitados e os recursos escassos.
Épocas em que Lula discursava nos dois Fóruns no mesmo ano, em que a famosa mãe argentina da praça de maio, Hebe Bonafini enfrentava o mega-especulador George Soros, eram tempos em que realmente se via uma direção animadora para a reunião de lideranças sociais dos países em crescimento e emergentes.
O tema desse ano é a busca da identidade, não poderia ser mais oportuno. O Fórum realmente precisa ser repensado, a busca por alternativas não podem ser lançadas por correntes de esquerda utópicas e tudo ficar por isso mesmo. Também a forma descentralizada é positiva para se alcançar mais pessoas, em cerca de 27 eventos pelo mundo pode se alcançar algo mais concreto, ou não!
Entidades como a UNE, segmentos religiosos, ONG´s, e tantas outras classes que deveriam abraçar o encontro e promover mudanças, não se sensibilizam ao ponto de enriquecer o debate, e principalmente, promover ações que mudem as famigeradas causas isoladas de quem luta por esse ideal.
Nem só de chuvas, dengue e volta às aulas vive o Brasil em janeiro, além dos inúmeros congressos segmentados, o Fórum Social Mundial chega aos seus 10 anos necessitando de maior exposição e interesse de todos os setores da sociedade. Que os líderes palestrantes e as mesas de debates se pautem por causas que realmente atendam aos anseios das inúmeras demandas sociais que gritam por mudanças. Que nenhuma causa bolivariana ou algo do tipo empate o progresso consciente que pode resultar do encontro.

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