Blog do Paullo Di Castro


domingo, 26 de abril de 2015

Reduzir a maioridade é reduzir oportunidades

 
O tema da vez é o projeto de redução da maioridade penal, conhecido como PL 171. Existem muitos argumentos prós e contras, enaltecer os principais é chover no molhado. Penso que o debate é mais profundo.

Fico pensando na mente de um garoto de 16 anos. Ele já pertence a uma sociedade de grande imoralidade, que falta com a ética, é corrupta e criminosa. Escola do crime ele pode ter em casa, na sua rua, na escola ou em qualquer grupo social que freqüente. O que ele tem a perder pagando por um crime nessa fase da vida? Muito!
 
Com esses parâmetros aqui fora, o que sobra para aprender em cárcere privado? Sobra fazer uma pós-graduação do crime, uma anulação de anos cruciais para o desenvolvimento de sua maturidade e formação como cidadão sendo jogada fora e antecipando o aprendizado das maiores formas de continuar a fazer o que não presta. 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem um texto belíssimo e assegura direitos invioláveis para nossa juventude. Ele precisa ser defendido, e claro, aplicado. A aprovação desse PL é um retrocesso e um lavar de mãos perigoso  para como esses jovens.
 
Longe de querer ser Rousseau, creio que a repreensão de delitos para essa faixa etária também se faz necessária, porém, o tempo é de fazer medidas socioeducativas e incentivar sua formação continuar, e não ser interrompida. 
 
Passar a mão na cabeça  não pode ajudar de fato o cidadão a melhorar. Mas punir uma pessoa em um momento que sua educação é crucial pode ser jogá-lo em um caminho sem volta. Educação precisa ser prioridade, muito além de discursos políticos. 
 
Sou contra a redução para não só remediar, mas para se atuar com contundência na prevenção. Temos a oportunidade de formar uma nova geração que tenha base acadêmica e neutralize o avanço criminal. Não obstante o Código Penal brasileiro ser da década de 40, a verdadeira justiça é dar a cada um o que é seu. Aos jovens, seja dada a formação do saber.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Arte


 

A arte ultrapassa os limites da percepção, ela vai além de um simples conceito;

Ela une um criador com uma criação, trás o novo, mas com velhos elementos;

Tudo o que se está em volta vira arte, depende de o autor dar um jeito;

Compreende o que vê, examina o que sente, e materializa os sentimentos.

 

A arte é um traço, se o pincel continuar, de muitos traços vira uma nova forma;

Ela se esmera para abrir horizontes, espera-se uma novidade incrível;

Para quem de fato a aprecia, se torna seu intérprete que dela se informa;

Encontra-se uma relação efêmera, mas que trará um ensino tangível.

 

As ideias transbordam no chão, basta-se buscar uma direção;

Entre pinturas, músicas, cenas, danças, esculturas e algo mais;

Respeita-se um novo ser nascendo, fruto de uma empenhada ação.

 

De todos os artistas, um fez mais que muito, o autor do estudo;

Entre todas as formas, matérias-primas do que se faz arte;

Ele criou a vida, o universo, a natureza e o que mais existe em tudo.

 

domingo, 5 de abril de 2015

O maravilhoso dia


 

Era o primeiro dia da semana, parece que tudo voltaria ao que era antes, mas sem o conforto, a esperança e a companhia das mais sábias palavras que já ouviram. Será que tudo fora um sonho? As mulheres, cheias de iniciativas, prepararam seus aromas e estavam levando ao túmulo de Jesus. Qual não foi a surpresa de se depararem com dois homens cheios de luz ao lado de um lugar vazio, sem a pedra que o lacrava e o separava de quem até dois dias antes estava entre eles.

“Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressussitou!” Foi o que os homens as disseram, deixando-as com grande medo. Eles relembraram as próprias palavras de Jesus, que até agora pareciam não fazer sentido. Cristo havia dito mais de uma vez que estava lá para ser entregue na mão de pecadores, morto e que ressuscitaria no terceiro dia. Quem tinha a fé para lembrar e crer nisso?

As primeiras missionárias de Jesus correram pra falar aos outros sobre aquilo que viram e ouviram. Os discípulos de Jesus pareciam não acreditar nas mulheres. Pedro, depois de um processo de restauração e que tanto sofreu na morte de Jesus, correu para se certificar do que elas falaram. Ele viu que era verdade.

Dois outros discípulos iam para outra terra, desconsolados por tudo o que viveram nos últimos anos ter terminado de maneira trágica. Subitamente entra na viagem uma pessoa que parecia não compartilhar as dores. Ela seria o mais desinformado de toda a região? Como não saber de tantas coisas que aconteceram? Mas essa companhia foi se revelando um grande sábio, conhecedor de toda a história do povo de Deus e das escrituras.

Às vezes estamos como aqueles discípulos, ao nosso lado temos a companhia do Mestre dos mestres e nossos olhos estão fechados para Ele. Ouvimos as palavras dEle serem ditas em vários lugares e nosso coração arde com esses ensinamentos. Ele prometeu que nunca nos deixaria só. Ele cumpriu.

Após aparecer a todos os discípulos, até mostrar as marcas de suas mãos ao mais incrédulo, Jesus volta para relembrar de tudo que ensinara, e agora com a promessa sendo cumprida. “Paz seja conosco,” é a bênção do mestre entre nós. Novamente compartilhando o pão, relacionando-se, ensinando, trazendo a paz que excede todo entendimento.

Os dias se passam, multidões o veem. Tudo fica mais claro agora. O testemunho vivo de sua vitória na cruz triunfa contra o pecado. Em seu nome ficou a missão de pregarmos o arrependimento e confissão de pecados. Ele subiu aos céus para estar à direita do Pai. Ele deixou o Consolador entre nós.

O terceiro dia foi um dia de alegria, de vitória, de esperança e confirmação da mensagem da cruz. Sua vida, seu sangue, seu espírito, seu poder e sua glória estão sobre nós. Fomos sarados, filhos da nova aliança. Ele está vivo! Vive em nós! Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade!