Blog do Paullo Di Castro


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O calor, o valor e o horror


 
2015 começou quente, mais quente pra evaporar nosso dinheiro que no clima. O pacote de aumentos de impostos colocados pelo governo federal pegaram o já minguado bolso do brasileiro de surpresa. Mês de janeiro de tantos gastos com a chance de passear, a compra de material escolar, dentre tantas coisas e de presente de ano novo recebemos reajustes exorbitantes na já onerosa carga tributária.

O clima de instabilidade no país vem se arrastando por todo o conturbado ano de 2014. A Copa do Mundo de Futebol trouxe a festança que se esperava, o mundo todo com os olhos para nós, com as obras superfaturadas e sendo entregues a toque de caixa e o circo armado para o Brasil concluir com chave de ouro em campo. Os 7x1 para a Alemanha mostrou o tamanho da vergonha que o povo brasileiro reflete com tanta corrupção em todos os setores da sociedade.

As eleições vieram com as figurinhas repetidas de sempre. A morte trágica de Eduardo Campos parece que minaram uma ponta de esperança de alguma renovação. Veio a reeleição da presidente, contra seu oponente que carregava toda uma oligarquia e nenhuma novidade. As políticas sociais e os 12 anos de poder foram o suficiente para garantir mais 4 anos para o PT.

A conta sempre chega depois da festa. A que o Brasil (o brasileiro) está pagando agora é muito cara. Vemos um anúncio de enxugamento enorme, cujo desconto só pode ser debitado no bolso do contribuinte. O mesmo que não vê benefícios retornando para ele. O mesmo que não tem saúde pública de qualidade, educação como prioridade, segurança garantida, etc.

Em meio ao caos da administração pública, em todo o mundo temos as expressões de “protesto” extrapolando limites. Charlie Hebdo quer liberdade de expressão mas não respeita quem se expressa sem atacar. As consequências são as piores. Sangue inocente sendo derramado. Se dois povos não falam a língua um do outro, não é uma ilustração ácida que vai ajudar isso a melhorar.

Na Indonésia um brasileiro é condenado por tráfico de drogas. Nenhum pedido diplomático poupou a vida dele. Aqui no Brasil, se pego, ele estaria jogado em uma unidade do sistema carcerário, em uma cela minúscula com bem mais detentos que sua capacidade. Em qual lugar sua vida seria menos valorizada?

Vivemos com medo. Medo de perder o emprego, medo de aumentar os impostos e termos que cortar até despesas prioritárias, medo de não termos o Artigo 5 da Constituição Federal respeitado. Se formos mais longe, até medo de expressar nossa fé. Não faltam motivos para ter medo. Sobram motivos para não ter paz.

Nossa esperança definitivamente não pode estar em homens. Somos corruptos por natureza, e, uma vez no poder, nós somos usurpadores. É preciso outra perspectiva para enfrentar tanto revés. A mesma fé perseguida por alguns é uma esperança. Deus nos criou e nos colocou como mordomos desse mundo. Se não cuidamos dele, sofremos as consequências. Doa o tanto que doer.