Blog do Paullo Di Castro


sábado, 27 de agosto de 2011

Infidelidade Conjugal Profissional

Não deixo de me surpreender com certas iniciativas que chegam em nossa sociedade, no pior sentido possível, por mais que seja inovador para alguns, para quem tem convicções que se afrontam com essas "novidades", é um choque assimilar que vivemos dias em que movimentos assim sejam difundidos. Uma das invenções que cresce no Brasil, são sites especializados em infidelidade conjugal.

Quando estava no Rio com minha banda, em uma noite fomos jantar na casa do nosso pastor anfitrião, e a TV foi ligada no Programa do Ratinho, embora meus protestos para se trocar de canal, outros certamente para zoar, insistiram para deixar naquele produto cultural popular. Não é que para minha surpresa, entre as baixarias peculiares com exames de DNA e afins, realiza-se um debate para mim impensado até o momento: Os serviços de um site que promove encontros extra-conjugais.

Já famosos em outros países, agora chegaram com tudo por aqui. A mulher proprietária de um site falava com segurança, se baseava em pesquisas de comportamento matrimonial no Brasil, algo como mais de 15 milhões de brasileiros não tem vida sexual ativa no casamento, e para ela isso é prerrogativa suficiente para "pular a cerca." Ainda veio com lero-lero de ser um incentivo à própria melhora na vida sexual dentro do casamento, como um aperitivo que vai despertar mais o desejo pelo companheiro oficial.

A gente espera ver e ouvir muita coisa nessa vida, mas tem algumas que chegam realmente para desestabilizar qualquer expectativa sua. Qual é minha propriedade para falar de casamento, sendo solteiro, ainda longe de um enlace? Pessoalmente muito pouca, com certeza, porém, parto de princípios bem maiores que qualquer experiência que um casal possa viver.

Ontem foi veiculada no Jornal da Globo outra matéria sobre o assunto. Uma mulher de 15 anos disse que buscava "um tempero, para preparar melhor a salada!", outro homem com 8 anos de união, buscou outra parceira, também casada, por curiosidade: "não tive a sensação de arrependimento, não!" - afirmou. O negócio cresce no Brasil, em pouco tempo já somos o país campeão em adesões nesses sites especializados. O cadastro é feito e o processo sem rastros, no mais alto sigilo.

A fala de outra gerente de site: "Nós não evitamos a infidelidade, nós a aperfeiçoamos. Se for fazer, faça certo." Parece assim ser a prestação de serviço que vai atender uma prática inevitável, sim, de fato é isso que acontece, mas existe um padrão de formação da família tradicional que não comporta essa prática. Qual é o sentido de estar em união estável com uma pessoa e não ter a simples confiança de que ela é fiel a você? Relacionamento aberto definitivamente não é normal para quem acredita em uma família estável, de companheirismo mútuo e verdadeiro.

Pode-se pregar a mudança de formas de relacionamento, em tempos de levantar-se bandeiras homo-afetivas e atiçar o consumo peculiar da sociedade, com perfis bem definidos de público, um novo nincho de mercado é explorado. Mas tantos confrontos a base de uma instituição como a família não pode ser vista como mera mudança de mercado. Por mais frequência que aconteça, não é explorando e organizando serviços para se trair que teremos a liberdade de agir e ferir valores tão importantes. 

Temo pelo futuro das famílias, outrora tão sabiamente formadas, hoje com adaptações lamentáveis para quem busca por um amor verdadeiro, a formação de um lar estável e que transmita o que temos de mais sagrado para novas gerações. Cuide da sua, enquanto não lhe é ortogada o direito de se esfacelar por tendências ultra-modernas.
 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dias sabáticos

Poucas vezes narro um texto aqui em primeira pessoa, sempre quero me dirigir aos terceiros que estão lendo, mesmo sabendo a importância de absorver bem o que escrevo, para primeiramente buscar reflexão, começando por mim. A fuga da impessoalidade é ilusória, porém necessária para um pouco de privacidade em minha vida. Em alguns momentos, sinto a vontade de gritar e botar pra fora várias percepções do que vivo. E, depois de vários dias sem capacidade para escrever uma linha, uso esse espaço para um desabafo pessoal.

Um mês se passou do falecimento de minha vó, uma nova página na família se desenhando, uma transição muito difícil de se concluir, sendo que a corda não estoura na minha mão, só se desenrrola bem perto, e o que mais quero é ficar longe. De lá pra cá, foram muitos tombos, decepções e amarguras. Mas algumas lições preciosas nos são ensinadas nesse período, e algumas certezas se confirmam. Não quero expor detalhes de mais nada, mas pensar mais sobre nossas dificuldades pode me ajudar a superá-las.

Paralelo a isso, preciso tocar a minha vida, e quanto mais dificuldades vão sendo somadas, mais vejo que posso esmurecer, e me sentir impotente diante de vários desafios. Fases como essa me colocam em cheque quanto a tudo o que vivo e acredito, e o quanto preciso de um tempo sabático para pensar em meus problemas e lutar para superá-los.

Nesso processo, além de estar mais próximo de Deus, vejo como é importante ter e andar mais junto com os amigos! Quem está disposto a chorar comigo, se preocupar todos os dias, ligando, visitando, por um sms ou recado em redes sociais, em tempos de tanto estrangulamento de nosso tempo, dar um valor merecido a já tão importante nomenclatura de amizade é um presente inigualável.

Nessa reclusão, por mais natural que seja ficar mais em casa, buscar força entre minhas próprias coisas, em algum momento sair, ver novos ares é muito importante, em certos dias não tenho força alguma pra isso, mas quando surge uma boa oportunidade, nada como desfrutar de momentos diferenciados, de preferência com seus bons e velhos amigos ao lado.

Deus é tão bom e misericordioso, que me providenciou alguns momentos pra serem hiatos de refrigério em meio a tanta tribulação. Algumas pessoas de longe chegaram a pensar que estava em uma vida mansa, tudo na mais absoluta tranquilidade, por mais que a verdade fosse o oposto disso, passar essa imagem acaba sendo um alento de que nem tudo estava tão ruim assim. 

São tantas passagens bíblicas que me ajudam em momentos assim, tantas canções. Algumas simplesmente servem pra me fazer chorar e botar pra fora tudo o que aquele momento de maior angústia me reserva, outras são o consolo necessário para eu ter a esperança que isso vai passar, que dificuldades diferentes virão, mas que vou sair desssa outra pessoa, mais forte e experiente que quando entrei em tudo isso.

A medicina ajuda como pode as pessoas a superar problemas assim, administrando química no cérebro e longos tratamentos, infelizmente para muitos é a única solução, visto um diagnóstico de uma doença real, mas quando você sabe que não precisa disso, e o que te resta é se voltar mais pra Deus, gritar por misericórdia como o cego de Jericó, a saída para uma cura pode ser mais rápida e confortante. Nada como contar com um Deus que não é limitado como o homem, e está sempre com a mão estendida para te socorrer.

Releio coisas que já escrevi aqui em fases que lembram essa, e vejo como foi importante passar por isso. Nada se resolveu do dia pra noite, tudo se arrastou por dias difíceis, alguns que pareciam intermináveis, mas a cada dia que começava, é mais uma oportunidade de vencê-lo e superar o seu próprio mal. Pode não ser logo, mas uma hora a gente percebe que o pior já passou, e os novos desafios precisam da sua força, dedicação, vontade de viver e conquistar muitas coisas que foram interrompidas por um breve momento.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Circuito Tribal - Rio de Janeiro

É difícil fazer em um único post um diário de bordo da viagem da minha banda, S142 pelo Rio de Janeiro, pra isso preciso explicar aos que não sabem os motivos que nos levaram lá, um pouco do processo de um ano atrás, que precisou virar o calendário pra finalmente pousarmos em solo carioca. Foi um concurso promovido pela web rádio Tribal, com mais de 70 bandas indicadas pelos ouvintes. A idéia era a rádio levar essa banda para divulgar seu trabalho e apoiar  igrejas de outra região, no caso desse Circuito, o local escolhido foi o Rio de Janeiro.

Após as indicações, começou a disputa na Fase 2 para 16 bandas, os ouvintes votavam apenas 1 vez por PC. Na terceira fase foram apenas 6 bandas, aí a votação estava liberada quantas vezes fosse. Na final, ficaram a nossa banda, mais a Restaura, de Jataí (nossos grandes amigos) e a Messias Jam de Anápolis, após disputa acirrada com os jataienses, ganhamos a o concurso. Inicialmente iríamos em novembro, por providência de Deus, foi suspenso antes de se acontecer a invasão ao Complexo do Alemão, na mesma data! Iríamos em três cidades diferentes, mas depois tudo caminhou para que um só lugar nos recebesse.


A viagem foi então adiada para julho desse ano, e finalmente chegou o dia! Acordamos por volta das 3 da manhã, para estar no aeroporto 4h30 e decolar às 5h30. Claro que a maioria dormiu muito pouco, somado à empolgação da viagem não era fácil. A tralha de instrumentos preocupava, para não se pagar excesso de bagagem, graças a Deus não foi preciso. O vôo foi bem tranquilo, sem escalas, conversávamos animados que nem vimos o tempo passar, e 7 horas já estávamos desembarcando. Os instrumentos demoraram a chegar, aquele receio deles não serem tratados como carga bruta, mas deu tudo certo.

Fomos recebidos por um pastor e um seminarista da Primeira Igreja Batista de Magé, que fica a 70km da capital, entramos na Kombi e partimos pra um tour na cidade. Fiquei impressionado com as vias expressas que, mesmo com muitos veículos, o trânsito fluia rápido. O trecho mais perto do Aeroporto do Galeão (que lugar imenso!), era de um aspecto bem feio, grosseiro. Chegamos estava tudo nublado, neblina básica, e interessantemente a medida que chegávamos para a região mais central e bela da cidade, o tempo se abria, como preparando para receber aqueles goianos, que em sua maioria ainda não conheciam aquela maravilha da criação de Deus.


Já caímos direto para um passeio, o que era oportuno, já que iríamos para outra cidade em seguida. Subir no Morro da Urca, andando pelos bondinhos do Pão de Açúcar é uma experiência que todos devem passar, deslumbrar com uma vista daquela, que alcança os principais pontos do Rio de Janeiro, realmente é uma experiância única. Passamos pela ponte Rio-Niterói, vimos vários navios e barcos cargueiros e obras pra todos os lados. A desigualdade infelizmente também marca, mesmo com as barreiras nas vias expressas que tentam encobrir algumas favelas.

Após um almoço no meio do caminho, fomos para nosso destino principal: A cidade de Guapimirim, mais precisamente no Distrito de Parada Modelo, local pequeno e bastante acolhedor, ladeado por serras e montanhas de perder de vista. A Primeira Igreja Batista de Parada Modelo nos acolheu, em plenas atividades, ao qual tivemos o simples trabalho de participar, e sermos muito bem tratados, bem mais que a encomenda! Um apartamento muito bem equipando nos esperava, no terceiro andar da igreja, e além da estrutura grande de lá, ainda tinha uma praçinha que nos deixou encantados na frente, com direito a um campinho socity pra ninguém botar defeito.


Na primeira noite fomos tocar em uma Congregação da igreja, em um lugar conhecido como KM 11. Lá os cerca de 20 membros compareceram no culto de quinta, no qual fizemos o louvor e ouvimos a palavra do pastor Artur Moraes, diretor da Rádio Tribal e nosso comandante na viagem. O apoio dele e da Marília, fazendo a produção e a técnica foram fundamentais em tudo. Esse culto foi bastante aconchegante, ver o carinho daqueles irmãos humildes, mas que nos abençoaram bem mais que fomos dispostos a oferecer a eles.

No segundo dia, acordamos tarde para recompor o sono atrasado, e desfrutamos mais das belas dependências da igreja (além da saborosa comida oferecida pelas irmãs, que não bastasse os fartos almoços, nos levavam lanches como bolos de laranja, cachorros quentes, pão com mortadela, e o inesquecível guaraná Paquera, novidade para nós. Ajudamos na Escola Bíblica de Férias que acontecia com mais de 200 crianças, e a noite participamos na abertura de um festival de música, que reuniu mais de 10 bandas e cantores. Vale ressaltar o nível dos músicos da região, com excelentes cantores, como Bruna Santos e instrumentistas, como o batera Matheus, de uns 13 anos, que foi finalista do Programa "Qual é o seu talento?", do SBT. 


No sábado conseguimos mais uma chance de ir passear na capital, uma confortável van nos foi providenciada, e partimos para um roteiro cheio das maravilhas cariocas. paramos na Barra da Tijuca para um mergulho, em um local tranquilo, e mesmo com o gelo da água, foi ótimo. De lá, partimos para conhecer as carimbadas praias do Leblon, Copacabana, Ipanema, Leme, dentre outras. Paramos nas obras do Maracanã, cruzamos todos o centro, com um lugar marcante atrás do outro, que já nos eram familiares pela exposição constante na mídia em geral, e agora tão perto de nós. Passamos no local em que estavam sendo escolhido os jogos das eliminatórias do Mundial 2014, tudo cercado por forte esquema de segurança. Ao voltar, passamos o som para o dia seguinte e curtimos a pracinha charmosa que fica na frente da igreja.

No domingo, último dia inteiro, participamos da Escola Bílblica Dominical, fazendo o louvor e acompanhando o encerramento da EBF, uma grande movimentação da criançada. Almoçamos mais uma vez o cardápio generoso dos irmãos, e só restou descansar e nos preparar para a noite. A banda reuniu pra orar em uma salinha especial, muito confortável, que nos fez ter um tempinho muito bom entre nós e com Deus. Esse escriba passou mal, indisposição estomacal e dor em todo o corpo; na base de remédio, e principalmente da graça de Deus, consegui tocar, e participar de tudo. Só não descia aquela comida maravilhosa do mesmo jeito, mas tudo bem!



A volta foi cansativa, acordar 5 da manhã, pra sair 5h30, e ainda com um atraso, corremos o risco de perder o vôo devido ao trânsito engarrafado, o que era previsível na volta às aulas em 1º de agosto. Mas deu tudo certo, embarcamos no Galeão e fizemos escala em Brasília, ouve um atraso e chegamos depois das 14h00. Cansados, mas imensamente gratos a Deus por tudo o que fez por nós; a rádio Tribal, que idealizou e viabilizou tudo isso; a todos os nossos amigos e parceiros que votaram incansavelmente em nós; todos que oraram por esse projeto e os que contribuíram; nossas famílias que tanto nos apoiaram, ao pastor Adílson Porto e todos da Primeira Igreja Batista de Parada Modelo. Valeu demais!